Comments in English and Portuguese:Este livro é tão belo quanto difícil de ler. Tive de o fazer em menos de 24 horas, pois não teria a coragem de suportar mais tempo o ambiente saturado de beleza e sofrimento que dele destila... Como se dos fiordes da Islândia nos chegasse uma perigosa lenda de seres quase desumanos de tão preenchidos de sofrer e de vazio, ao mesmo tempo que Halla se faz POESIA em quanto observa e vive... A amor e a morte sempre palpitantes, o amor a dois passos do ódio sempre, um final inesperado, nuvens que assombram a boca de Deus e o perigo de que o amor resvale para a morte.This book is as beautiful as it is hard to read. I had to do it in less than 24 hours, or I would not have the guts to endure the atmosphere of the book, saturated of beauty and suffering... As if, from Iceland's fjords, a dangerous legend of almost inhuman beings came to us... Beings so full of suffering and emptiness, whilst at the same time Halla becomes POETRY as she looks and lives... Love and death always tantalizing, love less than one step from hatred always, an unexpected ending, clouds that haunt the "mouth of God" and the danger that love itself may slip into death.Maria Carmo,Lisbon 25 July 2014. É-me difícil escrever sobre este livro. Demorou mais de um mês até eu conseguir começar, mas eu continuo sem saber muito bem o que dizer.Definitivamente, não é um livro para toda a gente. É cru, nu, brutal. Acima de tudo, é muito plástico. Deixa-nos aflitos perante o abismo por onde divaga a personagem principal, Halldora, uma criança com que não é fácil nos relacionarmos, mais conhecedora dos cantos melancólicos da miséria humana que a maior parte de nós.Quando Sigridur, a irmã gémea, morre, Halla tem de reaprender a viver com o coração mutilado e uma família tudo menos funcional; continuando a amar um pai cuja vida desaparece de dia para dia, e uma mãe desequilibrada e cruel.É angustiante ver o quão desamparada ela anda durante todo o processo, deambulando de poço em poço, sem arranjar maneira de se recompor. Ainda assim, o livro acabou muito melhor do que eu estava à espera, uma mensagem de esperança, talvez. Não há uma fórmula para encontrar algum significado na vida, ou algo que nos incentive a continuar; é muito interessante ver as maneiras diferentes com que as pessoas lidam com isso e como rejeitam outras menos convencionais mas não menos dignas.Contém uma das histórias de amor mais peculiares com que alguma vez me deparei, não exatamente invejável, definitivamente nada habitual, mas bonita também, à sua maneira. A própria Islândia, espaço físico, apresenta também um espaço psicológico, acabando por ser como que uma personagem, uma ponte para os pensamentos da Halla.A obra aborda temas difíceis de lidar, mas o autor conseguiu expô-los de modo exímio. A escrita é belíssima, poesia mascarada de prosa, viva, repleta de símbolos que eu tenho noção que escapam à minha compreensão, rica, única, uma contribuição sem igual para o nosso património literário.É uma obra de arte, não sei a quem poderia deixar indiferente. Desumano, mais do que humano, ou talvez incompreensivelmente humano.
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Leitura envolvente apesar de por vezes a escrita ser "pesada".Uma nação uma lição de vida
—Brooke
Um próximo Saramago! Um óptimo contador de históricas, cativante, bom escritor!
—adri
