Acho que com a segunda aventura que leio sobre Tomás de Noronha posso confirmar que esta não é uma personagem que me agrade. Na verdade, confirmo a minha generalização constante sobre os livros de José Rodrigues dos Santos (apesar de só ter lido 2, e sempre com esta personagem), de que a estrutura narrativa é pobre, as personagens são superficiais e desprovidas de interesse e os diálogos tornam-se extremamente irritantes com o recurso a "ajudas" para manter uma linguagem plausível ("olhe lá", "mas repare", entre outros, são usados até à exaustão). No entanto há um forte ponto positivo na escrita de José Rodrigues dos Santos, que é a forma clara como ele expõe a informação. Nunca tive particular interesse em explorar o islamismo e não estava muito certa de querer ler um livro sobre terrorismo, mas algo me prendeu. As incursões ao Alcorão, as explicações lógicas que levam Ahmed ao fundamentalismo, devorei estas partes com um interesse que desconhecia ter. E termino o livro a sentir-me mais informada e interessada em alguns destes assuntos. Daí o balanço ser positivo. Como romance não tem particular interesse, mas não considero que tenha sido tempo perdido. JRS é um óptimo divulgador de conhecimentos. O seu talento de jornalista é colocado aqui em toda a sua extensão. Desde a pesquisa, à forma didáctica como expões os temas, passando pela credibilidade que granjeou como jornalista. Com efeito, este livro (os seus livros) não funcionaria se o leitor não acreditar que todas as referências ao Islão estão correctas e não são ficcionadas para servir o enredo da história.Este é um thriller que precisa dessa credibilidade.Na exposição do Islão, JRS, cria os personagens que lhe permitem divulgar um tema tão extenso e com tantas abordagens possíveis mantendo sempre o leitor preso. Torna-se mesmo um prazer lê-lo. Um senão, quando os diálogos servem exclusivamente a acção (o enredo), perdem algum vigor e até frescura, sem contudo perder o leitor.“Ahmed sentiu o braço direito rodar e quase explodir de dor, preso atrás das costas. Levou um murro no estômago e a dor transferiu-se para aí, aguda e devastadora. Contorceu-se sobre si próprio e bateu com a testa no chão. Sentiu dois pontapés nas costelas e um no nariz. Tentou abrir os olhos e viu tudo vermelho; era o sangue que lhe jorrava abundantemente pela cara. Mas no meio de toda aquela barafunda conseguiu vislumbrar de relance os homens que intervieram e, reconhecendo os rostos sérios e compenetrados, percebeu que estava tudo perdido.”
What do You think about La Ira De Dios (2009)?
Great book on fundamentalism, terrorism, atomic bombs and to understand muslin religion.
—winksgirl4
Um bom livro, bem escrito e bastante instrutivo. Consegue ser viciante e empolgante.
—leandrab
Mantenho as 5 estrelas nesta terceira leitura, claro :)
—RyoZex