I read this book for class. No, I'm not going to follow that with an 'and thus I hated it', so if that's your type of thing, shoo. I won't deny that some of those mandated readings during those readers of yore were a total slog, but that was more if not wholly due to extenuating circumstances of teaching style/my young self than the novel itself. Now that I'm older and have an almost obsessively vested interest in literature, I can look at these classroom assignments in book form and say, hm. That really wasn't so bad. More than not bad, actually. Not great, but rather good, the rough sort of polish that would in fact be much more appropriate to the high school setting than all that Shakespeare and Dickens and a whole host of other books that should only be taught if the teacher really knows what they're doing, and that rarely happens, if at all. The one case I can personally remember of complete and utter success was that of senior year Hamlet; the rest barely surface in the memory as a quick liked or didn't like notation, except for the couple that I absolutely loathed. Now, I can't claim that, had I been offered Mr. Vertigo for inspection fully acquitted by state standards of education, I would remember it today in a positive, well-that-was-worth-it light. I am fairly certain, though, there would have been a very good chance of it.First thing, this is not the Great American Novel. Which is fantastic, because frankly that is not the sort of thing that the majority of high school students are going to give the smallest flying crap about. Instead, it is a very American Novel. Easily swallowable sentences, fast paced action, the kind of visual imagery well adapted to the movie screen, and vulgar realism in the manner of 1920's United States, home of vaudeville, baseball, and the thick and viscous grime of rampant racism that flowed with all the speed of a horde of horsed members of the Ku Klux Klan. Also, did I mention swearing? Because swearing.So, this novel is not tidy. It is not nice. It is not highflown with phenomenal use of language or aspirations towards justice in the sort of prettied up metaphorics that will either astound you or send you to sleep, depending on just how much you care about the potential of the written word, which when concerning the average high school reader with the average high school English teacher is close to nil. Or college English professor, because while I have to thank the prof for getting me to read this, my enjoyment would have been a stunted and sluggish thing had I completely relied on his guidance. Regardless, with this complete lack of all those characteristics of 'highbrow' literature (which I love, I really do, but the cults clamoring around all these mostly dead old white men? not so much), what does this book have to offer?What it has to offer is a a good ol' tugging on the emotions in every direction, a straightforward stripping down of stereotypes into their viciously ignorant realities including the horrors that result from such, and heart. So much heart that I guarantee a few of even those oh so hardened high school kids will bawl their eyes out at least once by the time the last page is turned. Better yet, they will have understood exactly what this book is trying to achieve, beyond all the insipid blatherings of symbolism and foreshadowing and every other keyword that makes me wince whenever I'm forced to use them in my own writing. They will identify this little boy, this pompous prat, who starts out as the most racist brat that ever spewed out bigoted phrases a mile a minute, and ends as an old man who has ridden the highs, drowned in the lows, and is typical in every way except the amazing life he led, and all that he carved into his bones from it. Best of all, they will see the US in its glory and its filth, and will be left to decide on their own terms just how they will deal with it. Something that few, if any, high school books that I remember dealt with in such a tender and unflinching fashion. To Kill a Mockingbird is one thing; a look at prejudiced realities with all their specific language and harmful effects without one bit of comforting distance is quite another.In short, if I ever find myself at the head of a high school English classroom (looking more plausible by the day), I'll be keeping this book in mind. Okay, so the book is easy to read, and won't challenge high schoolers as much (on a ridiculously incomprehensible level) as 'David Copperfield' or 'The Odyssey'. Who cares? Look, we'll keep those, but how about sacrificing a Hemingway in the name of something enjoyable that isn't riddled with misogyny and other bigoted bents? It's not like he isn't plenty popular enough, and truthfully, The Sun Also Rises hurt my soul. I'll keep it on for outside reading though, make everyone happy. So. How about it?
Há quem diga que está aquém do habitual deste autor...Não sei, pois não tenho termos de comparação com outras de suas obras. Quero referir que é um dos tais livros que me "agarraram". Paul Auster possui uma prosa indiscutivelmente bela, lógica e cheia de imaginação.Narrada numa 1ª pessoa, agora já idosa, de nome Walter Rawley, a história desfia a sua vida desde os 9 anos, por meio de analepses. As restantes personagens vão tecendo as partes de um todo harmonioso,distribuindo-se entre uma realidade violenta e uma outra fantástica; todas confluem para um encontro com Walt, com o nobre objetivo de o enriquecer como pessoa.Mestre Yeduhi "vende" um sonho a Walt - se este for viver com ele, ensiná-lo-á a voar (literalmente). Acordo feito (forçado pelo mestre), eis que o leitor se inteira de todas as provações por que passa o rapaz prodígio, até conseguir voar. Sim, porque para se alcançar um sonho é preciso sofrer, ou seja, a determinação é tudo, mas não sem esforço. Esta é uma das mensagens que nos chegam, envolta em forte crueldade. É a América que se levanta como um paralelismo - América, a terra dos sonhos, o "gonna happen".Menciono aqui duas das provações, pelas quais Walt passa com distinção e absurdo sofrimento físico, pois possuem uma mensagem universal.Walt fica sem parte do dedo mindinho de uma mão que lhe é cortado pelo mestre. Este corte simboliza o passado que tem de ser deixado para trás, para que não interfira com o presente, ponte para um futuro, quizá, magnânimo. Mas, pior do que este episódio, foi o facto de o rapaz ter sido enterrado vivo, de novo pelo seu mestre. Nesta entrega à Terra Mãe, aprende-se a enfrentar a morte e, por conseguinte, a valorizar a vida e a entendê-la melhor.A vida é dor e para voar há que senti-la. Alcançado esse sonho, Walt entra na adolescência e a situação inverte-se - o voar aprendido até aqui entra em declínio, provocando-lhe fortes dores de cabeça. A "queda" deste protagonista, que o obriga a desistir do seu voo, é representativo da queda da América com a recessão. Mas não se deve desistir... há que saber levantar-se, há que renascer e enfrentar outras situações probatórias.. Assim desliza a vida, até ao seu término.E foi assim com a América; sofreu o castigo de actos racistas, violentos e injustos. Lembremo-nos do Ku-Klux-Klan que mata Esopo (o nome, seguramente que não foi escolhido ao acaso), um negro que que era o exemplo dos negros oprimidos, por força da sua educação, que mata a mãe índia Sioux (personagem representante da chacina dos índios) e o mestre judeu húngaro que se suicida, num acto de coragem louvável (iria morrer, de qualquer forma). Põe termo à sua vida, não dando esse prazer aos seus perseguidores.Yehudi é uma personagem cheia. Faz-se sempre acompanhar do seu Espinosa - filósofo de origem portuguesa e judaica. O mestre simboliza as duas faces de uma mesma moeda.Representa o materialismo da América, a ambição, o dinheiro e o lado espiritual da vida, o interior, o querer que nos faz voar. Yehudi hasteia a bandeira da amizade e da solidariedade, o amor ao próximo, pois a maior das suas ambições é o que em nada se relaciona com o vil metal.Paul Auster possui uma narrativa directa, contudo muito bem temperada de humanidade.A grande provação na vida de todos nós, não será nem a subida, nem a descida; é sim, o equilíbrio, o manter a estabilidade. Imagine-se o voo de uma águia a planar. Conseguiremos nós, essa proeza?
What do You think about Mr. Vertigo (1997)?
A pesar de ser un libro totalmente diferente a lo que he leído de este autor no deja de ser magnifico. Al comenzarlo podrías caer en el error de pensar "tal parece que es un libro fácil" pero no es así, aunque la manera en la que se desarrolla el relato considero es distinta a lo que Auster me tenía acostumbrada.El personaje principal al ser un niño me emocionó, la historia es muy buena, y aunque la última parte del libro la sentí muy apresurada me encantó leer un poco al Auster que suele ser y amé esa pieza que deja como ahí suelta que por lo menos a mi me hizo recordar las tramas, personajes, y lo maravillosa que es toda su obra.
—Jenn
Este foi o meu primeiro encontro com a obra de Paul Auster e abriu-me o apetite para mais. É um romance muito bem escrito, com uma prosa directa e muito fluida, personagens extraordinariamente bem construídas e um enredo muito bem urdido, em que a fantasia e o simbolismo se fundem admiravelmente com a quotidianidade e um realismo cru.Conta-nos, na primeira pessoa, a história de Walt, um órfão de 9 anos, que o misterioso mestre Yehudi “adoptou” e ensinou a voar. Percorre grande parte da vida do protagonista e da História da América, desde a década de 20 do século passado, atravessando o período da Grande Depressão, o pós Segunda Guerra Mundial, a recuperação económica, terminando num contexto mais moderno por volta da década de 80. Existe um paralelismo entre os eventos que se sucedem na vida dos protagonistas e a história do país, pelo que, desta óptica, a história principal pode ser entendida como uma alegoria sobre a nação americana: a sua base multiétnica e multicultural, a segregação e a perseguição raciais, a KKK, os gangsters de Chigaco, a ascensão e o declínio de mitos e vedetas e, é claro, o “sonho americano”. Os sucessos mais improváveis estão ao alcance dos que ousam e acreditam, mas não deixam de estar expostos à mesma transitoriedade de um recém adquirido american way of life, que sucumbe aos efeitos da Grande Depressão. Do mesmo modo, nenhuma queda tem de ser definitiva, para os que sabem ajustar rumos e aceitar novos começos. Mas esta é sobretudo uma história sobre o crescimento, a aprendizagem, o sofrimento, a superação e o amadurecimento de uma criança no seu percurso até à idade adulta, momento em que a inocência e a magia se perdem, tornando-se necessário reencontrar um novo sentido para a existência. É também uma parábola sobre redenção através do sofrimento e da perda. E é uma história sobre a amizade e os laços infrangíveis entre personagens plenas de humanidade, tanto nas suas forças e virtudes quanto nas suas imperfeições. É um daqueles livros que, chegados ao fim, fechamos devagarinho e demoramos um par de dias a arrumar na estante, porque precisamos de tempo para nos despedirmos. Até sempre!
—Ana
An episodic story, "told" in strong narrative about the life and times of Walt the Wonder Kid, a.k.a. Mr. Vertigo, the boy who could walk on air. Walt, a young castaway, befriends the Master Yehudi who puts him through 33 trials of endurance - some pretty gruesome, like being buried alive for 24 hours - before Walt ultimately collapses in utter hopelessness, only to find his body rise above the floor and commence his startling career as a circus and stage performer, mobster, night club owner, war veteran, bum and finally laundromat owner. Every career reaches a zenith and plunges - just like his sky walking, teaching Walt that it is best to quit while ahead, leading him to even plan the murders of others who do not recognize that fact. As much as Auster is strong on narrative he is spare on dialogue and some lines were out of character for me. Nine year old Walt comments on Kansas "This hole is so backward, the State went dry before they even heard of Prohibition in the rest of the country" - rather profound for his age! Yet Auster creates unforgettable characters in Yehudi, and Mrs. Witherspoon the cigarette smoking scotch swilling sexpot with the Midas Touch, and of course, our boy hero. The violence and unexpected turns of life come home sharply when the KKK brutally and unceremoniously dispach Aesop the scholar and Mother Sioux - two of Walt's closest-to-family members. The ambush on the highway leading to Hollywood by Uncle Slim and his gang also comes out of left field and reduces Walt from riches to rags in minutes.Condensing a life into 200 plus pages is tough; there were large swaths of Walt's life that only received a few lines of narrative treatment: his army years, his 23 year marriage to Molly, and his 11 year relationship with Mrs. Witherspoon, to name a few. I wondered if the author would have been better off just giving us the major scenes in Walt's life and leaving out the rest, without trying to connect everything chronologically.The lessons in this book are clear: Talents are developed at great personal cost and have to be repaid, money drives everything (including Yehudi's munificence towards his protege), everything ends, and all of us can fly. Walt reveals the secret of his ability to levitate in the end with more profundity, "You must let yourself evaporate"- go figure! And do not try this over a cliff!
—Shane