What do You think about The Flying Creatures Of Fra Angelico (2012)?
Breve e prezioso. In mezzo a tanto chiasso, a tanto letterario scalpitare, a tanta ansia di sovvertire lingua e modalità narrative, quello tracciato da Tabucchi resta un solco irrinunciabile, un'oasi di pace in cui ritrovare pause di riflessione e tempi sospesi. In cui sempre ritornano missive senza risposta, interlocutori assenti, nostalgie del mai esperito, equivoci, coincidenze e tutti quei "rumori di fondo" dell'esistenza che sono l'anima delle storie, talvolta raccolte appena in tempo, altrimenti interrotte e perdute per sempre.
—Stefania
The book is composed of a series of reflections or thoughts, written in the format of letters to or from historically notable people in western Europe. They are not really even stories, but a collection of ideas, sometimes related to each other, sometimes not.. The title story, "The Flying Creatures of Fra Angelica", is the only story that is what I would consider a short story (includes an actual series of events and a plot, not just ideas or reflections). Full of artistic, reflective thought, this book is a brief but deep journey of character reflection. I walk away from the book feeling like I was peeking in someone's window; while also feeling as if I had just closely studied some very interesting paintings or pieces of art. Very short read, with some gourmet food for thought.
—John Garner
"E quando da janelinha começaram-se a ver os lampiões de Bombaim, e depois, aos poucos, as luzes azuis da pista, exatamente naquele momento deve ter sido por causa do leve pulo que o avião deu quando aterrizou, às vezes as associações de ideias acontecem por essas coisas, eu me encontrei na sua lambreta. Você dirigia com os braços abertos, porque as lambretas daquela época tinham o guidom largo, eu olhava a sua echarpe que esvoaçava e me fazia cócegas com a franja, tive vontade de coçar o nariz mas tinha medo de cair, foi em 1956, isso é certo, porque a compra da lambreta tinha sido para festejar os meus treze anos; eu bati com dois dedos sobre o seu ombro como para lhe pedir que fosse mais devagar, e então você se voltou sorrindo, e ao fazer assim a echarpe escorregou do seu pescoço, mas muito devagar, como se cada movimento dos objetos no espaço fosse demorado, e eu vi que embaixo da echarpe você tinha uma ferida horrível, que lhe rasgava o pescoço de lado a lado, ..."página 83, da edição brasileira, Rocco, tradução de Ana Lúcia Belardinelli
—Erwin Maack