Preparada para desfrutar de excelentes leituras, afinal encontro um novo lar!Outrora desvendei intrigas, suportadas por ambições cegas, e conheci um homem com uma desconfiança que só igualava em tamanho o seu poder e riqueza. Neste terceiro e, actualmente, último volume das Crónicas de Bridei a trama progride para o culminar de destinos e para um verdadeiro “poço de sombras” onde nos é revelado o lado secreto e mais frio do ser humano – nas suas várias facetas.“Tenho uma teoria sobre o Portal de Entrada. Não acredito no Deus sem Nome de Bridei. No poço acredito, representa o nosso passado. As suas sombras são os nossos crimes e os dos nossos antepassados desde tempos imemoriais. Para um homem que não conhece a palavra de Deus, o fardo dos seus pecados, das suas omissões, dos seus erros e dos seus enganos torna-se, com o tempo, intolerável. O coração de um homem pode quebrar-se sob o seu peso. Por tal razão o sacrifício. A divindade das trevas aceita-o e o fardo é aliviado enquanto a roda dá mais uma volta. Penso que há alguma verdade nele, uma espécie de verdade sem vida. Mesmo sem o poço, o deus e o ritual, um homem pode tornar-se escravo do seu passado. Os seus emaranhamentos podem transformar-se numa rede que o prende e não consegue libertar-se, arrasta-a consigo toda a sua vida. É como andar de grilhetas e vendado.” P. 309Extremamente ansiosa, parti nesta nova jornada que começa uma ou duas semanas após o final deixado em aberto do livro anterior. Já suspeitava que o conflito entre os defensores da antiga fé e os católicos (em minoria, mas cada vez a ganhar novos adeptos), bem como os problemas na corte de Fortriu iriam ganhar uma dimensão maior. E foi o que aconteceu! Entre os cenários verdejantes das terras irlandesas e os castelos e florestas em Fortriu, na Escócia, seguimos a vida das personagens que já conhecemos bem: Bridei e Tuala, Broichan e Derelei, Ana e Drustan, Ferada e Garvan, Talorgen e os seus filhos. Porém, é com Faolan que nos é aberto as portas para tantas outras personagens novas que acabam por transformar completamente a história: Eile e Saraid, Suibne e Colmcille, Conor e Líobhan, Dalach e Anda, Breda e Keother. Graças às inteligentes e pertinentes mudanças de perspectivas não senti que houvesse uma verdadeira personagem principal, antes um enorme leque que beneficiou todo o livro! Nada me preparou para o início mais cru e terrível que Juliet já revelou! Sinceramente, não me lembro de nenhum livro me ter feito ficar tão melancólica e desgostosa com a situação de uma nova personagem… Neste caso, foi o bastante para chorar logo nas primeiras páginas.Depois da fase de estranheza a ler 30 páginas por capítulo, as páginas viraram sozinhas, sem eu dar conta! Achei curioso a abordagem por cartas/relatos que a autora fez do irmão Suibne, antes de chegar com a comitiva cristã à corte de Bridei. Mas mais interessante foi até o episódio em que o temido e lendário monstro de Loch Ness dá-nos o assombro da sua presença. A forma como esta cena foi interligada com a história e a questão da religião foi surpreendentemente deliciosa! Apesar de tudo, o que realmente me tocou foi o vínculo entre Eile e Saraid. Algo tão profundo, tão puro, tão forte que me fez recordar a mesma ligação entre pai e filho no filme “A vida é bela”.“- Ensino-te algumas palavras na língua Priteni.- Está bem.(…)- Que queres aprender? – perguntou-lhe Faolan.- Bondade – disse ela. – Esperança.- É melhor ensinar-te coisas práticas como: Em que direcção fica a aldeia? Ou: Dás-me mais um pouco de pão? – disse ele para um silêncio tão profundo e tão escuro como a floresta no lado de fora da cabana.- Eu quero estas palavras agora porque são… são… não sei… uma coisa poderosa que me protege… Uma espécie de dom especial.- Um talismã – disse Faolan.- Hum, hum. Bondade, esperança, força, amor. É como se fosse magia. Magia para nos proteger.- Desejo-te todas essas coisas, Eile.- E eu a ti.” P. 265Este livro é uma verdadeira caixinha de segredos: tanto de repente nos aquece o coração, como na página a seguir nos exalta ou entristece com situações que não deixam ninguém indiferente. Sendo essa uma das razões para ser tão contagiante e impossível de parar de ler. Com a mesma facilidade é-nos possível ver, ouvir, cheirar, sentir e quase tocar nos ambientes e cenários de tão pormenorizados e reais que são!No fundo, “O poço das sombras” tem uma história riquíssima, que inclui referências históricas, culturais e sociais, cujo núcleo está repleto de temas fortes, episódios sensíveis e de sabedoria genuína. Quando terminei As Crónicas de Bridei, reflecti sobre os temas paradoxos que lhe deram vida:Vida e morteVitória e derrotasLealdade e traiçõesHonra e malicia Perdão e vingançaFelicidade e sofrimentoEsperança e desesperoCriação e destruiçãoRenascimento e finaisRealeza e servosSentimentos e razãoVerdade e mentiraLiberdade e prisão Os temas adicionais prendem-se com política, religião, ambições pessoais, o desenvolver da personalidade de uma pessoa e a procura do nosso lugar no mundo – um retracto muito humano daquilo que são as emoções, os sentimentos e os sonhos que movem o mundo! “- Estou espantado – disse ele calmamente – como, suponho, todos os que ouviram esta história. Estávamos todos à espera de intrigas e aventuras, privações e luta. Alguns, provavelmente, até anteciparam revelações de natureza política. E houve algumas neste relato extraordinário. Porém, acima de tudo, penso que o que ouvimos foi uma comovente e reveladora história de amor.” P. 556Deleitei-me com cada página desta temporada nas Terras Altas, um país tremendamente ligado à sua fé e à natureza e onde a discriminação contra as mulheres era mais ligeira, comparando com os restantes reinados da Europa. Depois da Irlanda, a Escócia será outro destino a visitar no futuro! Estas crónicas distanciaram-se do habitual da escritora por não saltarem uma geração entre cada livro. Ainda assim, senti a inspiração da Trilogia de Sevenwaters.Pessoalmente, este último livro foi o meu favorito (logo abaixo do “Filho das Sombras”) por ser uma mágica lufada de ar fresco na literatura romântica/fantástica!+ Existência de uma lista de personagens, ajudando o leitor quando este se sente perdido com tantos nomes+ Leque variado de personagens, todas importantes e nenhuma sendo o/a protagonista + Uma bela e poderosa história de amor perdurará guardada nas páginas deste livro+ Livres de estereótipos, as personagens foram brilhantemente trabalhadas, tendo todas profundidade, personalidade próprias e características que as tornam únicas e marcantes!+ Linguagem e escrita soberba, bela e hipnótica + Captação da beleza e irreverencia das paisagens da Escócia, que concorda com o ambiente mágico que envolve toda a história (como só Juliet sabe fazer) + Sem idade específica e com “etiqueta” unissexo: para os homens, existe homens fortes e decididos, lutas e batalhas; para as mulheres, muitas pétalas de romance, de amizades inquebráveis e tensões familiares. Para ambos, o desvendar da Escócia durante o início da idade média, revelações ao virar da esquina e uma história impossível de esquecer!+ Exaltação de valores e virtudes humanas -------------------------------------------- - Falta um mapa que ilustre as viagens e cidades por onde as personagens vagueiam- Achei desnecessárias as excessivas vezes em que o narrador se referia a Faolan como “assassino”- Nomes de cidades e lugares foram traduzidos, quando no 1º e 2º volume estavam em inglês - Deparei-me com várias gralhas durante a leituraEstas crónicas são a prova de que o que Juliet Marillier criou anteriormente não foi somente pura inspiração. A autora denota novamente a sua veia de contadora de histórias com uma enorme mestria e inteligência emocional, ao oferecer aqui um enredo mais maduro - que mal acabamos, só queremos recomeçar. As suas obras são como porcelana chinesa: só para ser usada em ocasiões especiais…Doravante pertenço, com muito orgulho, a uma nova família – à magnífica e apaixonante família de Fortriu. Agora só me resta esperar pela continuação no futuro deixado em suspenso.Recomendo a todos estes livros, que merecem ser lidos e relidos intemporalmente!Para conhecer a verdade por detrás dos livros: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bridei_I...Um booktrailer em inglês(Fan made) que atiçará a curiosidade a quem ainda não leu e sarará brevemente as saudades dos que já leram: http://www.youtube.com/watch?v=l1otgE...Explora e descobre mais surpresas sobre Fortriu no site oficial da escritora: http://www.julietmarillier.com/books/...As minhas opiniões dos dois volumes anteriores: 1º livro “O Espelho Negro” - http://www.goodreads.com/review/show/...2º livro “A Espada de Fortriu” - http://www.goodreads.com/review/show/...
Finally made the series worthwhile. The other two books were slow, and did not have enough romance in them to justify the random couples springing up. Certain characters were headaches throughout the whole series and made me skip over anything that mentioned their name; namely Broichan and Tuala. Broichan was just an a-grade jerk and his belated revelation did not help. Tuala stopped being believable as soon as she became boy-crazy in Book 1 and then morphed into Generic Female Character without any of her earlier identifying characteristics after Book 1. However, that did not stop me from thoroughly enjoying this series finale - it focused on the right people, it had a believable sequence of events, good romance (but frankly if you're here for the romance like me, waiting three books for a decent instance is overkill). Both Faolan and Eile acted reliably, believably and like a "real" fantasy hero/heroine, a first for this series. When they behaved a bit stupidly, I was on side, even if my own actions would have differed. The other leads did not get me on side for their mistakes and sometimes were all-too-perfect half the time (Bridei) but not when it counts. I was glad that Eile's character brooked no sympathy - it would have been so easy to fall back on a "make a broken character and just generate sympathy all book long" formula. That doesn't mean all victims of abuse have to be strong 100% of the time, but otherwise, in a work of fiction it can feel contrived and makes me very angry if poorly done. I thought writing about her feelings, her thoughts, and her determination was the absolute right way to approach something like this (or the easiest way anyway - lucky she was a strong girl). I hate it when the victims of domestic abuse are just as faceless as the perpetrators - they're just there for a moment of shock and then gone from the story - a common tactic in medieval fiction/series. Marillier's writing gets personal as she blames Anda's character for not stopping her husband from abusing Eile. I can see why but it seems a little unprofessional - she does have Eile forgive her later though. ("Forgiving" a fellow victim - heavy handed much?)I discuss this in such detail because it is the backbone of the story. Without it really falls apart. This is the story of two abused, traumatised people finding a redeeming hope in the world and falling in love, and meanwhile coping how they can. As Faolan says, though, poor people are everywhere - it makes it hard for me believe Eile's rise in the ranks and her changed fortune. It's a happy ending, what can I say? I'm glad for that, though, I don't want to see killjoys whenever I read.
What do You think about The Well Of Shades (2007)?
I wanted to give this 5 stars. I really did. I loved Faolan and Eile's story so much, I had a hard time putting it down, and hated when the story switched to other side stories involving other characters. It did all come together in the end, but throughout the story I had a hard time staying interested in the other characters. It really started to become a little too wordy. Lots of events could have been summed up nicely with much fewer words in my opinion. Still a good read. I read several hundred pages all in one day while my daughter is recovering from tonsil surgery. I very much enjoyed this last one in this series. Juliet Marillier writes beautiful stories. Just a heads up...There is a couple of pages worth of one sex scene toward the end. It's more than what Marillier usually writes in her books.
—Jen
This book was soooo so good. Definitely the best in the Bridei series and maybe better than Daughter of the Forest (I have to sit on the statement for a little while before I decide for sure).My only complaint is that when the story jumped away from Faolan and Eile I was so frustrated--they were too interesting to leave them for even a half-chapter. Eile and her daughter, Saraid, were the most realistic of any of Marillier's characters and my heart bled, sighed and smiled for the two of them. Marillier did such a beautiful job of painting the brutal picture of Eile's life without going into too much graphic detail--just enough to be horrified. To be honest, I had not enjoyed this series as much as the Sevenwaters trilogy so I waited for this book to come out in paperback and now I'm kicking myself because I wish I owned it in hardback. If you're a fan of Juliet Marillier and didn't like books 1 and 2 of this series--keep going! This one is worth it.
—Autumn Doughton
In The Well of Shades, Bridei is so close to finally realizing his dream of united and peaceful Fortriu. But he knows it is crucial to discover who are his true allies and those who are simply biding their time to strike once again. For this delicate mission, Bridei once again turns to his trusted friend and spymaster Faolan (yay!) who is not a little unchanged after his disastrous mission to the Caitts in The Blade of Fortriu. Hoping to finally put some of demons to rest, Faolan begins a journey to his homeland to collect intelligence and to fulfill a dying promise to a trusted friend. What he finds is Eile, a young girl who has more strength than Faolan has ever encountered.To be honest, I really didn't know what to expect with this final installment in the Bridei story. While it does follow Faolan on his journey's for a large portion of the book, Ms. Marillier did manage to spend quality time with Bridei and Tuala and their many struggles at Cloud Hill for much of the story. Which was a happy reunion for this reader to be sure. How gratifying it was to see Bridei handling the challenges of being a king in a true partnership with Tuala. I just love the trust and respect between those two. And then there's Faolan. Goodness, I couldn't have imagined a better ending for that scarred man. Eile was a perfect feisty and fearless yet totally selfless foil to Ana's pale boring goodness (I know, harsh) from the previous book. Honestly, she's probably one of my new favorite Marillier heroines (right up there with Sorcha and Liadan) and I couldn't think of anyone better to challenge and love Faolan. All said and done, this was a stand-out series with intricately woven conflicts and much in the way of the power of redemption. There's a reason I will read simply anything Juliet Marillier writes. This series is a prime example.
—Michelle