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Read Living To Tell The Tale (2005)

Living to Tell the Tale (2005)

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ISBN
0141019425 (ISBN13: 9780141019420)
Language
English

Living To Tell The Tale (2005) - Plot & Excerpts

Gabriel Garcia Marquez é para mim um escritor esquisito, não só ao nível da composição dos seus textos, como sobretudo devido à estranheza das suas histórias.Prémio Nobel em 1982, Garcia Marquez assentou toda a sua carreira, enquanto escritor, num género que podemos classificar, ou pelo menos eu classifico-o, do realismo-fantástico, género esse povoado de fantasmas, demónios e situações surrealistas que vão sendo misturadas com o mundo real, dando então origem a um universo onírico, algo confuso, que deve ser lido, pensado e analisado com muito cuidado.Pessoalmente não sou apreciador desse estilo, nem do simples e puro género do fantástico. Amante do Histórico e do realismo puro (Eça de Queirós, Maugham, Dostoiévski, Tolstoi, Vítor Hugo, Zola, Dickens, Jorge Amado e tantos outros), gosto essencialmente de ler sobre temas sociais e humanos e, após a leitura ou durante a mesma, efectuar vastas análises ao que leio e enquadrar aquela realidade na nossa actual sociedade.No entanto e em relação a Marquez, algo me incomoda. Incomoda-me não entender a sua escrita e incomoda-me haver toda uma legião de fãs em todo o mundo que fazem dele o escritor mais consagrado do nosso tempo, sem que eu entenda esse sucesso. E vai daí, há algum tempo propus-me a entender a sua obra e o contexto da suas histórias.Lendo por duas (2) vezes “Cem anos de solidão”, lendo também “Relato de um náufrago” e tentando ler o “Outono do Patriarca”, em todas estas situações fiquei sempre desiludido e como uma clara sensação de tempo perdido.Até que, numa ida à biblioteca, me deparo com este “Viver para contá-la” livro que, alegadamente e segundo o que já havia lido, tratar-se-ia de uma autobiografia. Nada melhor então para ficar a conhecer em definitivo a s suas raízes, filosofias, paixões, gostos e inspirações que lhe moldaram o carácter e directamente o seu estilo de escrita.”Viver para contá-la” trata-se então de uma autobiografia de Marquez que, sem preconceitos e tabús, narra de uma forma quente, apaixonada e ao mesmo tempo crua, toda a sua vida.Antes de aprofundar a análise ao livro, há que referir que este trata-se do primeiro volume da sua biografia.O livro inicia-se já enquanto Marquez estudante de direito em Barranquilla, recebendo a visita da mãe que lhe solicita que a acompanhe no sentido de venderem a casa dos avós em Aracataca, local onde ele nasceu e onde foi criado. É esse encontro o mote para este livro fabuloso, pois não se trata de umas simples memórias de Garcia Marquez.Desde logo e com as descrições de Aracataca, ficamos com a ideia de onde Marquez foi beber a inspiração para criar “Cem anos de Solidão” e mais fascinados ficamos quando nos apercebemos que a história do livro é, simplesmente, a História da sua própria família. E continua.Marquez vai desfilando as suas memórias. Memórias povoadas de histórias fantásticas mas reais, o surrealismo é algo que está entranhado nos povos caribenhos e da América do Sul, continente onde há muito circulam histórias e mistérios fantásticos. Quem nunca ouviu falar de Tiahuanaco, Cuzco, Nazca, Macchu Picchu, a perdida cidade do ouro dos Incas, os fantasmas da Jamaica, a misteriosa Ilha da Páscoa e tantos mais?Pois bem, Marquez dá-nos o retracto daquele povo supersticioso, mas muito apaixonado e respeitoso da sua História e dos seu passado. Um mundo onde e segundo Marquez, “o estranho é não acontecer nada de estranho”E vai por aí fora.A sua infância e o modo como era visto e tido pelas pessoas que o rodeavam. As histórias que ia ouvindo pela bocas dos mais velhos, as suas observações e considerações pelo meio que o rodeava. O seu extemporâneo amor à leitura que o leva a ler, muito novo, obras como “As mil e uma noites”, a “Odisseia” de Homero, ”Orlando Furioso”, ”D. Quixote” e o ”Conde de Monte Cristo”, obras que lhe abriram as portas desses vasto e fascinante mundo da literatura e que o acompanharam desde sempre.Mas Marquez vais mais longe.Para além de narrar o passado dos seus pais e avós, ele situa, a nível geopolítico e social, a Colômbia no mundo, sobretudo ao nível das turbulências que desde sempre abalaram aquele país do Caribe. Amigo pessoal de figuras públicas, sobretudo figuras colombianas, destacando-se contudo a enorme amizade com Fidel Castro. Mas é curioso as personagens estranhas que marcam a sua vida e que lhe inspiraram a construção de personagens para os seus romances. Desde o coronel que fazia peixinhos de ouro numa velha oficina depois de uma vida de combatente (lembram-se do coronel Aureliano Buendía em “Cem anos de solidão”? Pois foi baseado no próprio avô de Marquez que fazia peixinhos de ouro depois de uma vida de combatente), até à sua tia que comia terra, passando pela tia que um dia lhes surgiu em casa e disse “venho me despedir, pois vou morrer!”, e à sua própria mãe, que com o seu forte carácter, o inspirou a criar a matriarca Úrsula, talvez a figura mais forte de “Cem anos de solidão”.Em todas estas 579 páginas, Marquez narra tudo isso e muito mais. O seu percurso enquanto ser humano, o seu percurso estudantil e profissional. As obras e escritores que o inspiraram, a forma como estudou a aprendeu a técnica do romance, os mestres que lhe deram força para continuar quando as decepções o invadiam, os seus primeiros contos, enfim, todo um percurso rico em pormenores que finda em 1957 (fim deste volume).Fico imensamente curioso em relação ao segundo volume, pois será nesse que Marquez narrará como construiu os seus romances, as suas estadias em Paris e no México (local onde escreveu “Cem anos de solidão”, a atribuição do Prémio Nobel e as suas amizades com escritores consagrados, entre os quais o “nosso” José Saramago.Neste primeiro volume fica assim claro que as obras de Marquez espelham uma realidade que efectivamente é a do seu povo, uma realidade fantástica e sensual, inserida numa cultura secular com tantas tradições.Quanto a mim, fiquei maravilhado com este livro e com o génio deste homem que, com os seus textos, procurou sempre honrar e homenagear um país e um povo que é o seu.Talvez este livro tenha sido o mote para mais um fã de Marquez, ainda mais porque achei curioso algumas manias que ele tem que eu também tenho (por exemplo ele adora cheirar os livros novos e eu também). De certeza que vou ler mais uns romances dele, pelo menos agora que entendo o porquê desse estranho universo, Marquez tem agora outra lógica e outro sabor.

.في الصفحات العشرين الأخيرة من هذا الكتاب خامرني تساؤل لم يسبق أن راودني مع الكتب الكثيرة التي قرأتها مسبقاً ..لماذا أقرأ هكذا كتاب ؟عن هذا الكولومبي المجنون و تفاصيل حياتة الأسرية و المهنيه و منعطفات حياتة التي في النهاية لا تختلف عن حياة أي شخصٍ منا ؟ ، لماذا أقرأ ٦٨٠ صفحة من السرد المطول عن شخصٍ مثل ماركيز و أترك دون ما سواه من الكتب ذات الفائدة المحددة للإستزادة الفكريه في الدين أو السياسة أو التاريخ أو العلوم ؟ و المهم أفكر لماذا أفكر بهذا السؤال الآن !و أنا و على وشك الإنتهاء منه .. لابد أن مصدر التساؤل هو نفسه هذة السيرة الذاتية التي انغمست بها حد تجاهل أعمالي و السرنمه بتفاصيلها بين أوقات نومي ....إستهل غابريل غارسيا ماركيز الحديث عن قصة حياته بالحديث عن رحلته مع والدته لبيت الأسرة القديم بنية بيعه و أجدها بداية ذكيه لأن الشخص إذا ما أراد الحديث عن بدايته فلا بد أن يعود لمنبع الحكاية ذالك البيت الغارق في حزنه و صخبه و صلواته ، يعود ماركيز فينكمش ( أو ينمسخ ) لطفل مملؤ بالأساطير و المخاوف و الذكريات و نراقبه و هو ينمو و يكبر أمام أعيننا و أعين جدة بجثته السامقه و جداته و خالاته المذعورات دوماً بتهويل أبسط الأحداث و تحويلها لأحداث سحريه تبددها الصلوات الصادقة للعذراء بالخلاص ...و لأنه يمتاز بذاكرة إنتقائية بإمتياز لم يعتمد تسلسلاً زمنياً منطقياً بل ترك الأحداث تجر بعضها وفق سلسله فضية من ذكرياته الحيه فيخبرنا عن تاريخ اسرته و مشكلته مع الإملاء حيث يصعب عليه كتابه حروف لا ينطقها حتى مماته و خوفه من السفر بالطائرة و الكتب التي أثرت به و مغامراته العشقيه و عشقة للصحافه التي يحبها أكثر من كتابة الروايه و القصه القصيرة ، و تتسارع دقات قلوبنا معه في أحداث التاسع من نيسان حين أُغتيل رئيس الحزب الليبرالي خورخي إليسير غايتان و اسفارة و خيباته و إنتصاراته و مقالبه بأسلوبه الشيق المتأرجح بين الواقع و الخيال .. نضيع في دوامات ذاكرته بل و نتبناها و نتنكر لذاتنا في لحظات ما لنكون معه ...أعود للسؤال الذي حيرني في بداية المقال هذا عن ذالك السبب الذي يجعلنا نقرأ السيير الذاتيه و الروايات الأدبيه ، لماذا نلقي بأنفسنا في عالم ليس لنا و موقن أن الإجابة الصحيحة لهذا السؤال أن لا جواب له مهما حاولنا تفسيره و تحليله فهذا هو سحر القراءة فحسب ، أن تفقد القدرة في لحظة ما على التساؤل لماذا تقرأ ببساطه لأنك أكثر إنشغالاً من أن تكترث لهذا لأن حب الكتب أصبح يجري في عروقك بشكل طبيعي بدون تركيز كالتنفس ، لأنك في قرارة نفسك تدري أنه إن كان ثمة فائدة فهي مذابة في روحك و ستجدها حين لا تتوقع .. لأنها إثمٌ لا وقت لديك لتندم عليه لفرط شوقك لإرتكابه مجدداً .. ٤ نجوم ذهبيه ، أرقد بسلام يا غابيتو يا كاتبي المفضل ❤️

What do You think about Living To Tell The Tale (2005)?

"Life is not what one lived, but what one remembers and how one remembers it in order to recount it".So begins the first volume of the autobiography of Marquez detailing the amazing circumstances and events and characters that filled the first 27 years of his life. Born in Columbia at a time when "people lived in the shadow of poetry", when "poetry (was) the only concrete proof of the existence of man", Marquez was, above all else, a man of letters. He received the Nobel Prize for literature for his "100 Years of Solitude" and at 80 years old I am so glad that he has indeed lived long enough to "Tell the Tale".This book is so delicately balanced, so self-effacing, so filled with the best thoughts and words of Marquez and his remarkable contemporaries that we not only get the story of one remarkable writer's coming of age but we are brought into the eccentric Marquez family and through them are able to experience the startling events of the country of Columbia in the early 20th century.This is an education and an adventure of words both. It is a delightful book to read and I pray Marquez is busy writing the next installment which I eagerly await.
—Rowland Bismark

This book was written by my favorite author about being a great author. Perhaps, it is small-minded and greedy of me but, an overwhelming part of me just wants all that easy poetry without experiencing the mountain of work that it requires. It's similar to the reasons I go out to eat without needing to see the kitchen. Though at times, regret failing to do so.In the end, I'm glad to have read what makes this extraordinary man tick and found myself stalling so I could continue to read the memoir. Throughout the book, he imparted a greater respect for the dedication that becoming a master of the craft requires and a greater understanding of the fraility he gives his characters. However, I am not an author and my obsession with the written word is in its consumption alone.
—Amanda

this has been, without a doubt, the best autobiography that i have ever read. not only that it offers you an endless amount of details about Marquez himself and the influences that made him become a writer, it is also a fine analysis of the political and economical situation of the XXth century Columbia. Alternating between these two very interesting topics, Marquez makes the writer feel what he felt and see what he saw when he was younger. his life, like most lives of the biggest writers of our world, has been a roller coaster of emotion, putting him through all sorts of situations and giving him the experience of poverty, pain, loneliness and most importantly for a writer, the experience of vision, of dream. i once saw in an interview that he said : "from the moment i was born, i knew i wanted to be a writer". you can clearly see here how early and abnormally his passion for the written word started and how obsessed he became with the mystery of stories. the autobiography is written in a very objective manner, and there's a very good reason for that. scattered throughout you can find things that different writers or friends of Marquez said to him, about him. in general, these things imply that he is a phenomenal writer, that his future is set to be bright, a prognosis of an influencial literary life and the conclusion that, no matter how tough things might be for him now (in his twenties), his talent can only be explained by a lucky star that nobody can interfere with, all these told to him before he turned 25 years old. no matter how he ended up changing the cultural face of the XXth century, any young man can be easily influenced by these kinds of premature certainties. i'm sure that Marquez himself found solace in those predictions when times were tough, but his constant work and dedication become that much more worthy of praise. years later, when he wrote this biography, he simply had to be objective. anything more than a simple reminder of those lines would have looked too much like infatuation, ruining an otherwise coldly-written tale. i feel so sorry that it stopped when he was barely thirty, and now we'll probably never have the next parts of Marquez's story written by himself.and on top of all that is amazing in this book, there's one more thing that makes this a master's work - it doesn't feel like just a biography. its texture is transcending factual matters and revolves around a world that seems almost as mystical as the one who wrote about it. in that sense, if not in others, this is not just a biography. i sometimes wonder how it feels to be respected and loved by such an extraordinary man as Marquez was. to be a part of his autobiography is to be a part of this world's greatest literature. the men and women who influenced him might never know how they shaped our world's literary boundaries. only we, the ones who read, will ever be in debt to them.
—Ana

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